Com pouco mais de 50 mil habitantes, Congonhas cujo nome é de origem
tupi (Congõi, que em tupi significa "o que sustenta, o que alimenta.") é
talvez a cidade brasileira com o maior numero e com as obras mais
famosas do escultor Antônio Francisco Lisboa conhecido como Aleijadinho.
As primeiras informações sobre a origem do povoado de Congonhas datam de
1734 relatando que alguns portugueses que habitavam no Arraial dos
Carijós (atual Conselheiro Lafaiete, a 17 quilômetros de Congonhas)
seguiram as margens do rio Maranhão para estabelecer novas lavras
auríferas. A partir desses aventureiros novos povoados foram se
estabelecendo dentre eles a cidade de Congonhas. Com o passar dos anos
Congonhas prosperou e se tornou uma das principais lavras de mineração
da região, na chamada lavra do batateiro eram encontradas pepitas de
ouro chegavam a ter o tamanho de batatas. Foi no auge da extração de
ouro que o garimpeiro Feliciano Mendes ficou muito doente e prometeu que
caso fosse curado iniciaria a construção de um Santuário. O Santuário
do Bom Jesus do Matosinhos que falaremos depois.
Santuário do Senho Bom Jesus de Matosinhos -Principal atração de Congonhas. |
Com o fim do ciclo do ouro a cidade ficou conhecida por abrigar a fabrica Patriótica,
a primeira fundição do Brasil que funcionou ate 1822. Atualmente a
tranquila cidade mineira é considerada patrimônio pelas inúmeras obras
barrocas e local de peregrinação de fieis que visitam o Santuário do Bom
Jesus do Matosinhos.
Como chegar:
Visitei a cidade quanto estive visitando o Ouro Preto (Veja nossa postagem sobre Ouro Preto clicando aqui)
como estava com meu carro, essa foi minha opção de transporte. Segue
abaixo o caminho que fiz e outras opções para chegar em Congonhas.
Carro - Saindo de Ouro Preto (60 km) é possível chegar a
Congonhas seguindo a antiga estrada real MG-129 passando por Ouro branco
e pegando a estrada MG-30. Apesar dos 60 km ade distancia, estrada é
bem sinuosa e o trajeto pode demorar mais que 1 hora. Saindo de BH (80
km)o viajante pode seguir pela BR-356 e depois pegar a MG-40 não fiz
esse caminho, mas parece ser mais rápido que pela MG-129.
Ônibus - A empresa Viação Sandra é
responsável por ligar a cidade de Congonhas com Belo Horizonte (Custo
do trecho é aproximadamente R$ 24,00) e São João Del Rey ( Custo de R$
28,00). Para mais informações sobre outros destinos e preços acesse o
site da empresa clicando aqui.
Marco indicando por onde passava a antiga estrada real. |
O que visitar:
Santuário do Bom Jesus de Matosinhos - A história desta
jóia do barroco mineiro remete ao ano de 1757 quando um garimpeiro
chamado Feliciano Mendes se curou de uma doença contraída num garimpo
próximo ao atual Santuário. Quando estava doente, Feliciano havia
prometido que se fosse curado construiria um Santuário em agradecimento
ao Bom Jesus de Matosinhos. Por não possuir bens, Feliciano passou o
resto de sua vida pedindo esmolas para a construção do Santuário e
morreu (1765) antes da conclusão da igreja. Após a morte de Feliciano,
os responsáveis pela construção receberam grandes somas de dinheiro de
famílias ricas da região para concluir o Santuário. Com dinheiro em
abundancia, artistas de todas as partes de Minas Gerais foram
contratados para acabar a igreja dentre os quais podemos destacar o
mestre Ataíde e Aleijadinho que chegou à Congonhas por volta de 1795.
Santuário do Bom Jesus de Matosinhos - Uma das mais belas obras do Barroco brasileiro. |
Fachada do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos. |
Profeta Daniel - A estatua mais perfeita do Santuário. |
Profeta Joel - O profeta do avivamento |
Via Sacra- Inspirado no Santuário de Bom Jesus de Braga em
Portugal, a via sacra é composta por 6 capelas decoradas com estatuas
que contam os últimos momentos da vida de Cristo. Todo o conjunto de
estatuas foi esculpidas por Aleijadinho em cedro e pintas pelos Mestres
Ataide e Francisco Xavier Carneiro.
Capelas da Via Crucis do Santuario do Bom Jesus de Matosinhos. |
A Santa Ceia representada em uma das capelas da Via Crucis. |
Crucificação de do Bom Jesus por Aleijadinho. |
Museu da Romaria - Após a construção do Santuário do Bom
Jesus de Matosinhos e o aparecimento do médium Zé Arigó que incorporava o
espírito do médico alemão Fritz, a cidade de Congonhas passou a receber
uma enorme quantidade de peregrinos. Devido a falta de hospedagem para
os peregrinos, foi construída na década de 30 um prédio em forma
circular que serviria de pousada chamara de Romaria. Demolida em 1968, a
Romaria foi reconstruída em 1995 e hoje abriga a Fundação Municipal de
Cultura, Lazer e Turismo (Fumcult), além de um centro histórico e
cultural.
Museu da Romaria- Congonhas -créditos da imagem. |
Parque da Cachoeira - localizado próximo ao centro da
cidade (5,3 km), o parque da cachoeira possui várias piscinas de água
natural, quadras, área de camping, churrasqueiras e restaurantes. O
parque por onde passa o rio Santo Antônio possui várias cachoeiras,
sendo que a principal tem aproximadamente 20 metros. Para visitar o
parque é cobrada uma taxa de R$ 5,00 por dia onde já está incluso o estacionamento no local. Como se pode imaginar durante o fim de semana o parque fica lotado....
Parque da Cachoeira - Boa opção de descanso após uma visita a cidade de Congonhas - Crédito da imagem. |
Ruínas da Fábrica Patriótica - Fundada por volta de 1812 a
Fábrica de Ferro Patriótica foi construída em Congonhas num terreno de
propriedade do Barão de Paraopeba pelo engenheiro e naturalista Barão de
Eschwege um dos pioneiros da indústria nacional. Considerada a primeira
siderúrgica do Brasil aqui foram instalados aqui quatro fornos, duas
forjas de ferro, um malho, bem como um engenho de socar que foram
projetados pelo Barão e instalados num único edifício. Em 1822 após a
partida de von Eschewege para a Europa os acionista da siderúrgica
começaram a ter muitas divergências e a fabrica foi fechada.
Ruínas da Fábrica Patriótica - Primeira fundição de ferro do Brasil. |
O que comer:
Baseada em produtos simples, a cozinha mineira lembra a comida da vovó
onde até a comida mais simples tem um paladar único. Alem da riqueza de
sabores e odores, alguns pratos da cozinha mineira contam um pouco da
historia do Brasil.
A simplicidade dos pratos é "culpa" da corrida pelo ouro. Durante o ciclo do ouro ninguém queria vir para minas trabalhar no plantio e abrir mão do garimpo logo, a oferta de alimentos na região era limitada e as refeições eram realizadas com produtos de fácil plantio como quiabo, feijão e mandioca ou frango que podia ser criado no quintal. Quer saber mais sobre a história da culinária mineira clique aqui e acesse um site bem legal sobre o assunto.
A simplicidade dos pratos é "culpa" da corrida pelo ouro. Durante o ciclo do ouro ninguém queria vir para minas trabalhar no plantio e abrir mão do garimpo logo, a oferta de alimentos na região era limitada e as refeições eram realizadas com produtos de fácil plantio como quiabo, feijão e mandioca ou frango que podia ser criado no quintal. Quer saber mais sobre a história da culinária mineira clique aqui e acesse um site bem legal sobre o assunto.
Feijão Tropeiro- Esse prato é uma mistura de feijão com farinha
de mandioca, torresmo, linguiça e ovos ganhou esse nome por se a comida
que os tropeiros (Tropas organizadas para transportar o ouro encontrado
no interior de minas até o porto de Paraty) carregavam em suas viagens.
Feijão Tropeiro servido em panelas de pedra |
Tutu de Feijão - Dizem que esse prato a base de feijão foi criado
nas senzalas de Ouro Preto. A palavra TUTU vem do quimbundo (língua
africana falada na Angola) quitutu que significa “papão”que significa
algo fora do comum ou sobrenatural (Daí a historia do bicho Papão). Como
a mistura do caldo de feijão, o feijão e a farinha de mandioca tinha
tinha um sabor muito apreciado pelos escravos o prato passou a ser
chamado de tutu (tão bom que parecia ser sobrenatural). Em restaurantes
mais sofisticados o prato para duas pessoas pode até custar R$ 45,00.
Frango com quiabo - A origem do prato é um pouco divergente, há
site falando que a origem do prato é africado (O quiabo foi trazido da
africa) em outro falam que o prato é indígena. A grande verdade é apesar
do quiabo ser um pouco discriminado o prato é delicioso.
Angu - Outro prato de origem a africana deve seu nome derivado da
palavra africana Angun que se refere a uma papa de inhame sem tempero.
No Brasil colonial a papa passou a ser feita com fubá e
receber miúdos de porco e vaca.
Queijos e doce de leite - Durante o período que passei em Minas,
todos os dias eu comia queijo e doce de leite de sobremesa. Minas Gerais
é muito famoso pelos seus queijos e o doce de leite aqui maravilhoso.
Não deixem de provar os dois....
Cachaças e bebidas - Minas Gerais também é muito conhecida por
sua cachaça. A variedade da bebida é tão grande que dificulta nossa
escolha. Uma excelente pedida é a cachaça João Mendes (valeu
a dica Rafael Ueda) que custa em torno de R$ 35,00 a garrafa. Outra
dica de bebida nas cidades históricas de Minas Gerais são as cervejas
artesanais da região. A Ouropretana e a Backer são ótimas opções para os amantes da bebida.
Cerveja tipica de Ouro Preto. |
Algumas cachaças mineiras. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário