Conhecida como Cidade Imperial, a cidade de Petrópolis ganhou fama e
prosperou após a construção do Palácio de Verão da família imperial
brasileira (1862), mas antes de falar da construção do palácio que hoje
abriga o museu imperial, vamos voltar um pouco no tempo e falar do ciclo
do ouro no Brasil. Até 1700 todo ouro extraído das Minas Gerais era
transportado pelo
Caminho Velho da Estada Real até o porto de
Paraty onde era enviado para
Portugal. Com a fundação da Vila Rica (
atual OURO PRETO - Clique aqui para conheça)
e todo o potencial da cidade, Artur de Sá governador da capitania do
Rio de Janeiro solicitou ao bandeirante Garcia Rodrigues Paes (filho de
Fernão Dias) que abrisse um novo caminho para Vila Rica através da Serra
dos Órgãos no Rio de Janeiro. Concluída em 1707, a nova "estrada" que
ficou conhecido como Caminho Novo foi fundamental no desenvolvimento das
cidades por onde ela passava devido ao grande fluxo de tropeiros
contratados para transportar o ouro extraído nas minas gerais. Essa
prosperidade foi fundamental para a fundação da cidade de Petrópolis.
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Estatua de D. Pedro II no centro de Petropolis |
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Avenida Koeler com Catedral de São Pedro de Alcântara ao fundo. |
Na época que a Estrada Real foi construída, D. Pedro I estava à caminho
da Vila Rica e hospedou-se na fazenda do Padre Correia que ficava na
atual Petrópolis. Amigo de D. Pedro I, Pe. Correia hospedou a família do
imperador algumas vezes em sua fazenda até 1824 quando faleceu. O
Imperador gostou tanto da região que comprou a fazenda Córrego
Seco(próxima a fazenda do Pe. Correia), pertencente ao Sargento-Mór José
Vieira Afonso.
Alguns anos depois (1843), D. Pedro II que também apreciava o clima
serrano de Petrópolis, ordenou ao Engenheiro alemão Júlio Frederico
Koeler que projetasse a construção de um Palácio nas terras compradas
por seu pai e que planejasse uma cidade nas proximidades para abrigar os
colonos alemães que estavam chegando ao Brasil. Assim foi fundada
Petrópolis - A cidade de Pedro.
Devido as temperaturas mais amenas da região, o Palácio de Petrópolis se
tornou o Palácio de Verão onde Imperador e sua família se refugiavam do
calor da capital carioca. Assim como o Imperador, a corte brasileira
também foi transferida para Petrópolis.
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Casa do Barão de Mauá - Morador ilustre de Petrópolis. |
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Casarão da família Guinle - Outro dos muitos casarões de Petrópolis. |
Como chegar
Carro - Saindo de São Paulo (450 km), o viajante deve seguir pela
Rod. Dutra (BR 116) até Seropédica onde o viajante deve seguir pela
BR-493 e na sequencia acessar a BR-40. Saindo do Rio de Janeiro, basta
seguir a BR-101 até Duque de Caxias e acessar a BR-40 que passa por
Petrópolis e segue até Belo Horizonte.
Ônibus- Saindo
da Rodoviária do Tiete em São Paulo, a empresa Salutaris faz o trajeto
por R$93,22 (8 horas de viagem). Saindo do Rio de Janeiro o percurso é
feito em pouco mais de 2 horas e custa R$ 24,49.
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Viajando de carro sempre é possível contemplar vistas como a da foto. |
O que visitar:
Museu Imperial - Projetado pelo major Koeler no estilo
neoclássico (posteriormente modificado Cristóforo Bonini), o Palácio da
Concórdia (Nome na época de D. Pedro II) que foi concluído em 1862 era o
local preferido do Imperador. Decorado para fazer frente aos palácios
Europeus, possui o vestíbulo decorado com mármore carrara e mármore
preto trazidos da Bélgica e cômodos revestidos com madeiras nobres como
Jacarandá e Cedro. O Belo jardim ao redor do Palácio foi projetado pelo
paisagista Frances Jean Baptiste Binot e possui exemplares da flora de
todos os continentes.
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Museu Imperial - A principal atração de Petrópolis. |
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Coroa Imperial 2kg de Ouro |
Após a proclamação da republica em 1889, o palácio foi transformado em
escola e seu mobiliário guardado até 1943 quando um decreto de Getúlio
Vargas transformou o antigo palácio em museu.
No interior do museu, alem do mobiliário da família real, o visitante
irá ver obras de arte, prataria e as joias do Rei. Dentre as peças mais
impressionantes temos o Cetro do imperador com seus 2,5 kg de ouro
maciço e a Coroa real com 2 kg de ouro, 639 pedras preciosas e 77
pérolas.
Infelizmente não são permitidas fotos no interior do museu, mas
certamente o local é o ponto máximo da visita à Petrópolis. Recomendo
deixar a visita para seu ultimo dia na cidade.
O acesso ao jardim do museu é gratuita assim como a visita a um anexo do
museu onde há uma exposição de carruagens. A visita ao museu c usta
R$ 10,00
e R$ 5,00 meia entrada. Durante o fim de semana há um espetáculo de luz
e som que conta um pouco a história do império. O ingresso combinado
para o espetáculo de luz e som + a entrada no museu custa
R$ 20,00. Para realizar um tour virtual assim como obter maiores informações sobre o museu,
clique aqui e acesso o site oficial do museu.
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Anexo ao Museu imperial com exposição de Carruagens e da Maria fumaça Leopoldina. |
Palácio de Cristal - Construído em ferro fundido
na França a pedido do Conde d'Eu (Marido da Princesa Isabel), o palácio
de cristal foi projetado para abrigar exposições de flores, frutos
e pássaros. Atualmente a estrutura localizada num parque da cidade é
utilizada em eventos e exposições. Entre os eventos mais famosos que
ocorrem aqui, temos a festa do colono alemão conhecida como Bauernfest. Como não poderia ser diferente, a festa é regada com muita cerveja....
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Palácio de Cristal - Atualmente usado para exposições e eventos. |
Casa de Santos Dumont - Conhecida como a Encantada o local foi residência de verão de Alberto Santos Dumont - Pai da Aviação. Com ingressos custam R$ 8,00, o visitante poderá ver objetos pessoais do inventor como seu emblemático chapéu e cartas enviada à amigos.
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Museu Casa de Santos Dumont - Uma das poucas residencias do inventor. |
Visionário como era, apesar dos casarões que rodeiam a casa, Santos
Dumont projetou um casa pequena e otimizada, com "somente o necessário".
Anexo a casa há um espaço de exposições e um mini cinema contanto a
historia de Santos Dumont e da Encantada. Depois do museu imperial, a
Encantada foi o lugar que mais gostei em Petrópolis.
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Interior da casa de Santos - chapéu, cartas, objetos pessoais e cartas escritas pelo pai da aviação. |
Catedral de São Pedro de Alcântara - Projetado
pelo arquiteto baiano Francisco Caminhoá, a construção da Catedral de
São Pedro de Alcântara que possui 3 naves foi iniciada em 1884 e
concluída 1901. Em destaque na fachada de estilo Neogótico temos a torre
única com 70 mts de altura, o portal da igreja temos uma representação
do calvário de Cristo e na parte superior do portal temos estatuas
dos quatro evangelistas.
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Catedral de São Pedro de Alcântara - estilo Neoclássico inspirado nas catedrais francesas |
Logo na entrada da catedral temos duas portas de madeira maciça de 8
metros de altura que pesam 2 tonelada. No interior da catedral alem do
imponente órgão de fabricação brasileira, o local é decorado com belos
vitrais que datam de 1930. Localizado à direita da entrada, temos o
mausoléu imperial que abriga um sarcófago duplo com os restos de Dom
Pedro II e da Imperatriz Tereza Cristina alem dos túmulos da Princesa
Isabel e seu marido, o Conde D’Eu.
Mausoleu imperial e iluminação da Catedral de São Pedro de Alcântara
Palácio Rio Negro - Construído
pelo Barão de Rio Negro para ser sua casa de veraneio, o local foi
vendido para o governo do Rio de Janeiro por seus herdeiros em 1896. Em
1906 o governo federal assumiu a administração do palácio transformando
em residência oficial de verão dos presidentes da Republica. Alem das
ferias presidenciais o local serviu de recepção para o casamento do
Marechal Hermes da Fonseca. Apesar de ainda servir de residência
presidencial o Palácio Rio Negro foi transformado num museu dedicado à
memória da República.
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Fachada do Palácio Rio Negro - Residencia de Verão do Presidente da Republica. |
Quando a capital do Brasil foi transferida para Brasília, o Palácio Rio
Negro quase não recebeu a visita de presidentes até 1990 quando
Fernando Henrique Cardoso voltou a utilizar o local.
A entrada no Palácio é gratuita e oferece aos visitantes uma exposição de mobiliário.
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Escadaria no interior do Palácio Rio Negro - Local dedicado a memoria dos Presidentes. |
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Sala de Jantar do Palácio Rio Negro. |
Palácio Quitandinha - Idealizado
pelo Empresário Joaquim Rolla, o Palácio Quitandinha foi construído em
1944 para ser o maior e mais luxuoso Cassino da America latina.
Construído o estilo Normando-francês, o local de 50 mil metros quadrados
atualmente é administrado pelo SESC que promove visitas e atrações
culturais no local. As visitas podem ser feitas de maneira independente (gratuita) ou uma visita guiada (extremamente recomendado) que custará R$ 10,00. Mais informações sobre o local clique aqui.
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Palácio Quitandinha - Antigo Casino de Petrópolis. |
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Sala dedicada a Flora e fauna do Brasil |
O local foi decorado pela Americana
Dorothy Draper que
projetou cada detalhe do cassino. Dentro os diversos destaques temos o
Salão Mauá com uma cúpula de 30 metros e inteiramente revestido de
cortiça que faz com que o som seja repetido 14 vezes (reflexão no som), o
lago com o formatado do mapa do Brasil construído com areia da praia de
Copacabana, a galeria das estrelas com seus lustres em formato de
estrela fabricados pela joalheira Tiffany e o jardim de inverno todo me
mármore carrara com uma enorme gaiola no centro onde flores e aves como
araras de tucanos eram expostos aos visitantes.
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Salão Mauá - Antiga sala do Casino no Palácio da Quitandinha |
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Galeria das estrelas - Lustres fabricados pela Tiffany. |
Casa do Colono -
Construída 1847 pelo ex-militar do Exército Imperial Brasileiro, Johan
Gottlieb Kaiser, a casa do Colono é um pequeno museu que tem como
objetivo mostrar como era a vida dos primeiros colonizadores alemães de
Petrópolis. Com paredes de pau-a-pique e teto de zinco, o acervo possui
utensílios de uso doméstico, fotografias, quadros e objetos de uso
pessoal. A entrada no museu é gratuita. Para maiores informações clique aqui.
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Casa do Colono - um resgate do modo de vida dos primeiros colonos de Petropolis |
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Ferramentas usadas pelos colonos. |
Palácio Amarelo - Construído a pedido do Conselheiro José
Carlos Mayrink a residencia permaneceu em posse da família até 1894
quando foi vendida para a Câmara municipal de Petrópolis. Decorado
com bronze, vidro inglês e madeiras de lei é possível visitar
o plenário da Câmara decorado em madeira no estilo rococó. A visitação é
gratuita.
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Palácio Amarelo - Atual Câmara municipal de Petrópolis. |
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Plenário da Câmara de Petrópolis. |
Cervejaria Bohemia-
Devido a colonização alemã na região de Petrópolis varias famílias
começaram a produzir de maneira artesanal sua própria cerveja, mas
devido a dificuldade em importar materiais da Europa as cervejas
começaram a ser produzidas com milho. Em 1853, Henrique Kremer decide criar uma cervejaria para fornecer cerveja para Petrópolis e a cidade do Rio de Janeiro. Para isso Kremer compra a então Imperial Fábrica de Cerveja e muda seu nome para Cervejaria Bohemia que produzia 6 mil garrafas/mês. Anos depois, Carolina Kremer
(Esposa do neto de Henrique Kremer) assume a cervejaria e junto com o
cervejeiro Alberto Duringer expandiu o negocio a nível nacional.
Atualmente o rotulo da cerveja Bohemia homenageia Carolina Kremer.
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Fachada da Cervejaria Bohemia - Visita obrigatória em Petropolis |
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Evolução dos rótulos da cerveja Bohemia - Sempre homenageando Carolina Kremer. |
A primeira fabrica da Bohemia hoje alem da produção de cerveja abriga um
restaurante e um museu muito interessante. A visita do museu que dura
aproximadamente 2h30 começa com um passeio interativo que conta a
historia da cerveja. Criado de forma cronológica, o museu mostra relatos
da fabricação de cerveja por Sumérios (5000 a.C) passando pela
fabricação no Egito, as cervejas fabricadas por monge belgas até a
industrialização da bebida. No final dessa primeira parte da visita é
possível conhecer a historia da cerveja no Brasil que apresenta ao
visitante todos os rótulos já fabricados em nosso país. Também é
possível conhecer as principais cervejas do mundo, entender seu processo
de fabricação e suas harmonizações.
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Viagem na historia da cerveja - Tour interativo Cervejaria Bohemia. |
Na segunda parte do passeio, os visitantes irão conhecer mais sobre a
Cervejaria Bohemia. Neste tour guiado o visitante passa pela sala do
cervejeiro que conta a histária da cervejaria, conhece cada elemento
usado na fabricação da Bohemia e visita a antiga fabrica. Neste momento o
guia explica todo o processo de fabricação da Bohemia. Finalizado o
passeio, todos visitantes fazem uma degustação da cerveja (s). Numa
primeira degustação foi oferecida cerveja Bohemia Pilsen e num segundo
momento as novas cervejas fabricadas pela cervejaria. O passeio pela
cervejaria custa R$ 19,00 para maiores informações sobre o local,
clique aqui e acesse o site da cervejaria.
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Antigos tanques de fermentação da cervejaria Bohemia. |
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Após mais de2 horas de visita, momento mais que esperado!!!!!! |
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